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Por que está se falando tanto em commodities? Isso é o que Matheus Spiess te explica no vídeo de hoje.
Observando o histórico de ciclos de alta de commodities, presenciamos ciclos de altas de preços nas matérias primas. E estudos dizem que estamos na beira de um SUPERCICLO. Vamos ao passado:
– Início de 1900: 2º Revolução Industrial e Primeira Guerra Mundial. Muita demanda geral elevação dos preços, afinal, matérias primas são limitadas;
– Anos 40/50: Segunda Guerra Mundial e reconstrução do mundo;
– Anos 70/80: choque do petróleo. O petróleo é a commodity mais líquida do mundo, o que acontece com ele afeta as demais;
– Anos 90/2000: industrialização da China, BRICS, crescimento sincronizado e principalmente a valorização das commodities tradicionais.
E o que vemos em comum em todas as situações? Destruição e reconstrução, que leva a grandes investimentos. Esse cenário nos leva a olhar atentamente o que está acontecendo no momento ao redor do mundo:
1. Razão S&P GSCI/S&P: esse dado é usado para verificar descontos ou excesso prêmio das commodities em relação à outras empresas. Esse número está nas mínimas, desde o visto em 1970, ou seja, preços descontados, vale a pena investir;
2. Covid jogou tudo para o chão. As commodities já estavam desvalorizadas e a covid piorou a situação por conta da quebra da cadeira de suprimentos. Esse cenário apresenta melhora em 2021;
3. Normalização e retomada da economia por conta da vacinação, que já está adiantada em alguns países.
E quais são os gatilhos para o crescimento mundial e consequentemente para as altas commodities?
1. Pacote de infraestrutura de Joe Biden no valor de 2,3 trilhões de dólares, além de já estarmos vindo de outros estímulos ficais anteriores, aumentando a perspectiva de crescimento que demanda muita matéria prima;
2. Autoridades monetárias em países desenvolvidos com perfil de estímulos: taxa de juros baixa possibilita a tomada de crédito para investimentos para aumentar a produção;
3. Similaridade com o que aconteceu nos anos 2000, o último grande ciclo.
Além de todo esse cenário, é importante observar os contornos específicos desse novo movimento. Diferente da conjuntura anterior, hoje temos o petróleo voltando para 60 dólares o barril e o minério de ferro flertando com patamares elevados. Apesar disso, existem outras commodities alternativas que servirão de indicadores para a subida como um todo. Aqui entra o ESG, uma temática de sustentabilidade que possibilita um nova visão estrutural que não era viável antes, colocando em foco o alumínio, zinco, cobre e até mesmo o urânio (energia renovável).
É claro que como todo investimento, existem riscos. E aqui listamos as situações que podem acontecer e prejudicar este ciclo de alta:
1. Aperto monetário chinês: durante o primeiro trimestre os investidores ficaram receosos diante de projeções mais conservadoras, que podem conter os estímulos monetários;
2. Inflação global: o aumento de preço das commoditites acarreta a inflação de preços num geral. Com isso, as pessoas ficam receosas e as autoridades cortam os estímulos monetários. Apesar disso, o cenário parece otimista diante de discursos dos Bancos Centrais ao redor do mundo, que geram visibilidade de crescimento para os próximos anos;
3. Janela de crescimento menor: caso o período de alta seja menor, não teremos um superciclo. De qualquer forma, o que vemos hoje é um desenho de fluxo de recursos para os próximos anos.
Por fim, é hora de pensar nas oportunidades. O ciclo de alta das commodities é positivo para o Brasil e para países emergentes como um todo, nos mostrando que o mundo está crescendo em sincronia. Por isso, invista em ações de empresas ligadas às commodities, fundos de exposição de commodities em si e ETFs, que embora tenhamos um mercado imaturo no Brasil, o exterior é uma grande oportunidade.
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